2014-06-12 Rádio Vaticana
"Proteção social para as dezenas de milhões de crianças forçadas a trabalhar: pediu-o o Papa Francisco ao lançar o seu apelo durante a audiência geral, em vista do Dia Mundial contra a exploração do trabalho infantil, que se comemora a 12 de Junho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) denuncia: são 168 milhões as crianças que estão envolvidas em todo o mundo.
Dizia o Papa Francisco durante a audiência geral nesta quarta-feira: "Dezenas – oiçam bem - dezenas de milhões de crianças são forçadas a trabalhar em condições degradantes, expostas a formas de escravidão e exploração, bem como a abusos, maus-tratos e discriminação. Espero, sinceramente, que a comunidade internacional possa estender a protecção social dos menores para erradicar este flagelo. Renovemos todos o nosso empenho, de modo particularas famílias, para garantir que cada menino e menina seja tutelada na sua dignidade e possibilidade de um crescimento saudável. Uma infância serena permite que as crianças olhemcom confiança para a vida e o futuro".
Da responsabilidade da comunidade fala a Organização Internacional do Trabalho. "Alarguemos a protecção social: lutemos contra o trabalho infantil" é o objectivo da campanha 2014. "Existem 168 milhões de crianças – faz saber a OIT - forçadas ainda a trabalhar, das quais 85 milhões estão empregadas em trabalhos extremamente perigosos". Das condições destas crianças, fala Furio Rosati, responsável pelas questões juvenis da OIT:
A maior parte destas crianças trabalha porque pertence a famílias muito pobres ou que estão expostas a riscos de vários tipos: da impossibilidade de produzir renda, porque os adultosestão doentes, ou a riscos atmosféricos ou de outro tipo. Portanto, um sistema de protecção social que garanta um mínimo de recursos para as famílias mais vulneráveis permite a estas crianças de ir à escola e de não ter que ser forçadas a contribuir para a produção da renda da família.
Elas estão expostas a riscos: pensemos nas crianças que trabalham na agricultura, onde são forçadas a utilizar ferramentas perigosas ou substâncias químicas nocivas. As crianças que trabalham na indústria são, obviamente, expostas aos riscos específicos das diferentes produções; as crianças que trabalham no comércio, nos hotéis, trabalham longas horas, estão expostas ao risco de exploração também do ponto de vista sexual, sobretudo as meninas que trabalham em contacto com o público nos hotéis, restaurantes, lojas e assim por diante.
Deve-se também dizer que, em relação aos números, a situação melhorou nos últimos anos: de 2008 a 2012 as crianças que trabalhavam diminuíram de quase um quarto (de 215 para 178 milhões) e o número de meninos e meninas empregados em tarefas perigosas foi reduzido para metade (de 171 para 85 milhões). Mas não é suficiente:Há necessidade de renovar os esforços e de incrementá-los, porque a comunidade internacional se tinha dado o objectivo de 2016 para a eliminação das piores formas de trabalho infantil: é uma meta que parece muito difícil de alcançar. Em geral, para todos os países que aderiram às Convenções internacionais sobre o trabalho infantil, o trabalho infantil é ilegal e deveria ser eliminado. E depois, há crianças e adolescentes que são envolvidos diretamente em atividades ilegais: da venda de drogas à exploração comercial-sexual, e assim por diante.
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