sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Alimentar o mundo, cuidar do planeta: mensagem do Papa para o Dia Mundial da Alimentação



2014-10-17 Rádio Vaticana


É necessário reconhecer cada vez mais o papel da família rural e desenvolver todas as suas potencialidades – adverte o Papa Francisco numa mensagem enviada neste dia 16 de outubro ao diretor geral da FAO, José Graziano da Silva (foto), a propósito do Dia Mundial da Alimentação – este ano dedicado precisamente ao tema “Agricultura familiar : alimentar o mundo, cuidar do planeta”.
Na sua mensagem ao responsável da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, observa o Papa: “Defender as comunidades rurais perante as graves ameaças da ação humana e os desastres naturais não deveria ser apenas uma estratégia, mas sim uma ação permanente que favoreça a participação na tomada de decisões, que ponha ao seu alcance tecnologias apropriadas e estenda o seu uso, respeitando sempre o meio ambiente. Atuar assim pode modificar a forma de levar a cabo a cooperação internacional e ajudar aos que passam fome e sofrem desnutrição. A mensagem papal chama a atenção para o facto de que, para vencer a fome, não basta socorrer os mais desfavorecidos com ajudas e donativos aos que estão em situação de emergência. “É necessário também alterar o paradigma das políticas de ajuda e desenvolvimento, modificar as regras internacionais em matéria de produção e comercialização dos produtos agrícolas, garantindo aos países nos quais a agricultura representa a base da sua economia e sobrevivência a autodeterminação do seu mercado agrícola.”
“Até quando se continuará a defender sistemas de produção e de consumo que excluem a maior parte da população mundial, incluindo as migalhas que caem das mesas dos ricos? Chegou o momento de pensar e decidir a partir de cada pessoa e comunidade e não desse a situação dos mercados.” Para tal, haverá que “mudar também o modo de entender o trabalho, os objetivos e atividade econômica, a produção alimentar e a proteção do ambiente. Talvez esta seja a única possibilidade de construir um autêntico futuro de paz, que hoje se vê ameaçada também pela insegurança alimentar”.

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