sábado, 21 de fevereiro de 2015

Multidão reunida na marcha em favor da vida


Caminhada, na Avenida Beira-Mar, teve como motes a aprovação do Estatuto do Nascituro e o combate ao aborto

Na luta contra a legalização do aborto, uma multidão se reuniu, na tarde deste domingo, na Avenida Beira-Mar, para mais uma edição da Marcha pela Vida Contra o Aborto, promovida pelo Movimento em Favor da Vida (Movida). A iniciativa ainda conta com o apoio de entidades como a Câmara Municipal de Fortaleza, Associação Estação da Luz e Comitê Cearense da Cidadania Pela Vida - Brasil Sem Aborto.

A Marcha Pela Vida Contra o Aborto contou com a participação de ativistas em defesa da conservação dos direitos humanos desde a concepção do nascituro. Entre a multidão, gestantes pintaram as barrigas com mensagens positivas fotos: Alex costa

Em 2013, o movimento tem como tema o "Estatuto do Nascituro", projeto que tramita na Câmara dos Deputados há seis anos e cujo objetivo é garantir a proteção à vida do ser humano desde a concepção, antes mesmo do nascimento.

Mais proteção

"Lutamos para que haja mais esse meio de proteção às vidas da mulher e da criança. O Estatuto do Nascituro vem reforçar os direitos que nós já temos desde a concepção, proclamados pela Constituição Federal, pelo direito civil e pelos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. Defender o estatuto é, consequentemente, uma forma de combater a prática do aborto", pontua Marília Bitencourt Campos Calou, coordenadora institucional do Movida.

A caminhada foi animada pela presença da cantora baiana Márcia Porto e do cearense Chico Pessoa, que apresentaram algumas canções durante o percurso. "Eu faço parte desse projeto porque é um direito de todos. A vida deve ser conservada acima de tudo. Quando nos manifestamos contra o aborto, estamos defendendo a vida", coloca Chico Pessoa.

Barrigas pintadas

Um grupo de mulheres grávidas, pertencentes à Associação Maria Mãe da Vida, organização do Pirambu que apoia jovens mulheres em situação de risco, exibia mensagens e desenhos de incentivo à proteção dos bebês pintadas em suas próprias barrigas, num apelo pela conservação da vida.

"Ninguém pode dizer que uma vida não deve mais ter os seus direitos. A Marcha pela Vida tem a ver com a sociedade que nós queremos ter. Uma sociedade que admite a morte de crianças indefesas, ainda na barriga da mãe precisa rever seus próprios princípios éticos", conclui Marília Bitencourt. Durante o evento também foram recolhidas assinaturas dos presentes para um abaixoassinado em favor da legalização do Estatuto do Nascituro.

RANNIERY MELO
REPÓRTER

ENQUETE

Qual a importância da marcha?

"Cada vida é importante. Já soube de casos próximos de aborto em que as mães se arrependeram depois, por isso sou totalmente contra. Estou grávida do meu segundo filho, por isso vejo a necessidade de lutar pela vida"

Evelândia da Silva
Diarista

"Sou católica, mas, não só de acordo com a minha religião, eu percebo racionalmente que a vida acontece desde a concepção. Estamos aqui para relembrar às autoridades que o Brasil, em sua maioria, é contra o aborto"

Letícia Alves
Estudante universitária

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

“Aborto só vai a votação se passar pelo meu cadáver”, diz Cunha

LUCIANA NUNES LEAL
09 Fevereiro 2015 | 05:00


Presidente da Câmara afirma que legalização do aborto e direitos dos homossexuais “não são a agenda do País”, rejeita regulação da mídia e critica a articulação política do governo

O deputado está decidido sobre o que quer votar e também sobre os temas que não aceita levar ao plenário, como a legalização do aborto, a união civil de pessoas do mesmo sexo e a regulação da mídia. “Aborto e regulação da mídia só serão votados passando por cima do meu cadáver”, diz, irredutível, o deputado evangélico de 56 anos, fiel da Igreja Sara Nossa Terra. Diante da reação negativa de militantes de movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais à sua eleição, Cunha não faz concessões. “Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que esta seja a agenda do País, mas não é”.




Os movimentos de defesa dos homossexuais, de defesa dos direitos humanos e das mulheres temem que o senhor não dê andamento a projeto de interesse dessas categorias. Como o senhor vai agir?

Que projetos?



Há vários projetos de garantias de direitos dos homossexuais, de legalização do aborto.

Isso é mais discurso. Para pautar um projeto, ele tem que ter apoio suficiente. Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que isso seja a agenda do País, mas não é. Não tem um projeto deles na pauta para ir a votação. Tenho que me preocupar com o que a sociedade está pedindo e não é isso.



O senhor tem uma posição pessoal contra o casamento gay, a legalização aborto. Isso vai interferir na condução dessas matérias?

Aborto eu não vou pautar (para votação) nem que a vaca tussa. Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar. Aborto e regulação de mídia, só passando por cima do meu cadáver. O último projeto de aborto eu derrubei na Comissão de Constituição e Justiça. Regulação econômica de mídia já existe. Você não pode ter mais de cinco geradoras de televisão. No aborto, sou radical.



Mas o aborto não é um tema para o Congresso discutir?

Por quê? Quem está pedindo para ser discutido?



O Congresso representa a sociedade e parte dela quer discutir a legalização do aborto.

Qual é a parte do Congresso que está pedindo? Isso é uma minoria.



Fonte e integra: http://brasil.estadao.com.br/blogs/estadao-rio/aborto-so-vai-a-votacao-se-passar-pelo-meu-cadaver-diz-cunha/